O jogo dos touros,pag bet - apesar das suas controvérsias, continua a ser uma tradição profundamente enraizada na cultura portuguesa. Entre os inúmeros toureiros que pisaram as arenas do país ao longo dos anos, destaca-se um nome que se tornou sinónimo de bravura e destreza: Brabet.

José Lourenço da Silva nasceu em 1935, na freguesia de Vale de Porco, no concelho de Monforte. Desde tenra idade, demonstrou uma paixão inabalável pelos touros, que o levaria a seguir a carreira de cavaleiro tauromáquico.

Em 1962, Brabet estreou-se na Monumental de Lisboa, a catedral da tauromaquia portuguesa. A sua atuação foi arrebatadora, conquistando o público com a sua técnica apurada e o seu arrojo. Nesse mesmo ano, recebeu o prémio "Revelação" no prestigiado Troféu Joaquim Bastinhas.

Nos anos seguintes, Brabet consolidou a sua posição como um dos melhores cavaleiros do país. Triunfou em todas as principais praças de touros de Portugal, incluindo Évora, Vila Franca de Xira e Caldas da Rainha. Era conhecido pela sua garra, pela sua elegância no manejo da espada e pelo seu domínio dos cavalos.

Uma das atuações mais memoráveis de Brabet ocorreu em 1968, na corrida da Feira do Ribatejo, em Santarém. Frente a um toiro bravo e perigoso, o cavaleiro mostrou toda a sua habilidade e coragem. Após uma luta intensa, conseguiu cravar a banderilha de morte com enorme precisão, levando o público ao delírio.

Em 1973, Brabet alcançou o auge da sua carreira ao ser declarado Campeão Nacional de Cavaleiros Tauromáquicos. Este título confirmou o seu estatuto como o melhor cavaleiro do país e consagrou-o como uma lenda da tauromaquia portuguesa.

Para além dos seus triunfos nas arenas, Brabet também contribuiu para a evolução da tauromaquia portuguesa. Foi um dos primeiros cavaleiros a utilizar a "sorte de gaiola", uma técnica que permite ao cavaleiro lidar com os toiros de forma mais segura e eficiente.

A carreira de Brabet foi também marcada por alguns percalços. Sofreu várias lesões graves, incluindo uma fratura do crânio que o afastou das arenas durante vários meses. No entanto, o cavaleiro nunca desistiu da sua paixão e regressou sempre mais forte.

Em 1985, depois de mais de duas décadas de triunfos, Brabet retirou-se das arenas. No entanto, o seu legado continua vivo até aos dias de hoje. É considerado um dos maiores cavaleiros tauromáquicos de todos os tempos e o seu nome é sinónimo de bravura, elegância e domínio da arte de lidar com os toiros.

Além da sua carreira na tauromaquia, Brabet também se destacou como criador de cavalos. Na sua herdade, no Alentejo, criou uma linhagem de cavalos lusitanos especialmente selecionados para o jogo dos touros. Os cavalos "Brabet" são reconhecidos pela sua força, agilidade e nobreza, e são utilizados por muitos cavaleiros em Portugal e no estrangeiro.

O Campeão Brabet faleceu em 2013, aos 78 anos. O seu desaparecimento deixou um vazio no mundo da tauromaquia portuguesa, mas a sua memória continuará para sempre ligada à história desta tradição centenária.

O jogo dos touros é uma prática controversa, mas é inegável o seu impacto cultural em Portugal. Brabet foi um dos seus mais ilustres representantes e o seu nome ficará para sempre gravado na memória dos aficionados. A sua bravura, destreza e elegância inspiraram gerações de cavaleiros tauromáquicos e continuam a encantar todos aqueles que apreciam a beleza e a emoção do jogo dos touros.