today777 -Nesta sexta-feira (02) completam três anos da morte do menino Miguel Otávio. A criança, que tinha ci

anos sem Migtoday777 -uel- Eles têm influência

Nesta sexta-feira (02) completam três anos da morte do menino Miguel Otávio. A criança,êminfluêtoday777 - que tinha cinco anos, foi abandonada em um elevador por Sarí Corte Real, ex-patroa da mãe de Miguel, que caiu do nono andar de um edifício de luxo no Recife e morreu na hora.

Continua após publicidade

Leia: Caso Miguel: Ato na sexta (02) marca três anos da morte da criança que caiu de prédio no Recife

Em entrevista ao programa Central do Brasil, do Brasil de Fato, Mirtes Renata Santana, mãe do menino Miguel, fala sobre o andamento do caso e das mobilizações que acontecem hoje no Recife com o pedido de justiça por Miguel. Assista ou leia na íntegra:

Brasil de Fato: Mirtes, três anos depois, com as decisões da Justiça, seu sentimento hoje é de que ainda houve impunidade em relação ao crime?

Mirtes Renata: Sim, porque a real justiça só vai ser feita quando ela [Sari Corte Real] estiver atrás das grades. Enquanto ela estiver em liberdade a justiça realmente não foi feita. Então a gente está nessa luta há 3 anos, não está sendo fácil, mas estou me mantendo firme e tem muita gente de mãos dadas comigo nessa luta também.

Mirtes, hoje você estuda Direito e está à frente do movimento de luta pedindo justiça por Miguel. Essa tragédia te levou a enxergar o funcionamento da sociedade brasileira e das questões raciais, do racismo estrutural, de outra forma?

Sim, totalmente. Logo que ocorreu isso com meu filho, eu não enxergava o racismo, mas com o tempo eu comecei a estudar, me formar, e agradeço as pessoas do grupo Curumim, da Afroresistance, pela formação política que eu tive, pois eu comecei a enxergar melhor essa questão do racismo. E hoje eu reflito e enxergo até questões do meu passado, o que eu vivi antes e o que eu vivo hoje. Atualmente eu tenho um olhar bem mais crítico com relação a isso, enxergo muito melhor as situações do racismo e estou nessa luta de combate ao racismo. Porque a gente vivem em pleno século XXI e ainda existem pessoas que vem agindo dessa forma, isso é inaceitável.


Mirtes observa imagem do filho, projetada durante um ato no Recife em memória de Miguel; família ainda luta por justiça / Bruno Campos/ Solare Produções

Nessa sexta-feira (02), ocorre um protesto no Recife denunciando os três anos sem justiça por Miguel. Gostaria que você falasse um pouco mais sobre esse ato, sobre a importância da solidariedade.

No dia 02 completam três anos sem justiça, então a gente vai fazer esse ato, com concentração em frente às Torres Gêmeas, que é onde ocorreu o crime e sairemos em caminhada até o Tribunal de Justiça de Pernambuco, onde está o processo hoje, porque estamos aguardando o final da relatoria do desembargador para que seja passado pela revisão e depois distribuir dentro dos desembargadores para ter a votação.

Então é muito importante marcar essa data para lembrar a sociedade desse crime que ocorreu com o Miguel e também lembrar a sociedade com relação aos cuidados com as crianças, principalmente as crianças negras que são mais negligenciadas, que foi o que houve com o Miguel. Não podemos ficar calados diante desse absurdo, precisamos conscientizar a sociedade e trazê-la para próximo do caso para acompanharem. Apesar de que agora o caso foi para o segundo grau, entrou em segredo de Justiça e a gente já entrou com pedido para que fosse retirado o segredo de Justiça para que a sociedade possa acompanhar mais de perto o que vem acontecendo, o andamento do processo. Então é muito importante marcar esses três anos, a gente ir às ruas e mostrar para a sociedade que ainda não houve Justiça por Miguel.

Leia: Morte do menino Miguel, em PE, tem raízes escravocratas, diz líder de domésticas

Mirtes, Sarí Corte Real faz parte da elite pernambucana e tem vínculos com outros setores da Elite que também ocupam cargos no judiciário. Gostaria que você falasse sobre quais são as expectativas de que realmente se faça justiça, agora que o processo avança em segunda instância.

Não é uma luta fácil. Ela faz parte de uma elite pernambucana, assim como o marido dela que é de uma família tradicional na política em vários setores do Estado. Então essa luta está sendo muito difícil mesmo. Mas eu não vou abaixar a cabeça, eles podem ter a influência que for, podem ter o dinheiro que for, mas Miguel tem mãe e eu não vou me calar diante desse crime que ocorreu com meu filho. Apesar da dificuldade eu não vou parar, eu quero que a justiça seja feita.

Leia mais: Caso Miguel: bens da família Corte Real são bloqueados para garantir indenização
 

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Vanessa Gonzaga


Relacionadas

  • Caso Miguel: Ato na sexta (02) marca três anos da morte da criança que caiu de prédio no Recife

  • Caso Miguel: bens da família Corte Real são bloqueados para garantir indenização

  • Morte do menino Miguel, em PE, tem raízes escravocratas, diz líder de domésticas

Outras notícias

  • Líder da oposição na Câmara de Salvador avalia gestão Bruno Reis e perspectivas eleitorais

  • Seis questões sobre o Plebiscito Popular em defesa de estatais de MG

  • Seca extrema e chuvas em excesso: como as mudanças climáticas afetam a Bahia

BdF
  • Quem Somos

  • Parceiros

  • Publicidade

  • Contato

  • Newsletters

  • Política de Privacidade

Redes sociais:


Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Visitantes, por favor deixem um comentário::

© 2024.sitemap