Nesta segunda-feira (17),áriaemDefesadaEducaçã813bet - Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, acontece o lançamento nacional da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) que completa 10 anos em 2023. No Distrito Federal o lançamento será realizado no campus UnB de Planaltina, às 17h, no Auditório Augusto Boal.
Continua após publicidadeA Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) ocorre entre os meses de abril e maio, em várias Universidades Federais, Estaduais, Particulares e Institutos de Ensino por todo o Brasil. O objetivo é buscar visibilidade para ações de luta pela terra e dialoga com a data do dia 17 de abril, no qual o MST denuncia a impunidade do massacre de Eldorado do Carajás, ocorrido nessa mesma data, em 1996, e que resultou no assassinato de 21 trabalhadores rurais sem-terra.
A professora da Universidade de Brasília (UnB), Clarice Aparecida dos Santos, uma das organizadoras da Jornada, explica a importância de levar esse assunto para dentro das universidades. "As Universidades são instituições públicas, marcadas como espaços democráticos de debate, circulação e produção de conhecimento sobre as questões que interessam ao país e à sociedade. A reforma agrária é uma dessas principais questões porque se refere às temáticas da terra e dos territórios e sobre a forma como são ocupados e seu uso para o desenvolvimento do País. Nesta perspectiva, a Reforma Agrária Popular apresentada pelo MST, como o projeto de reforma agrária que o Brasil precisa, traz consigo o tema definitivo da produção de alimentos para o enfrentamento da fome e de alimentos saudáveis como direito do povo", observa.
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De acordo com a professora Clarice, na UnB o debate sobre a reforma agrária atravessa um conjunto de ações desenvolvidas por diferentes cursos e programas, a exemplo do Núcleo de Estudos Agrários (NEAGR/CEAM), que oferta a terceira edição de uma disciplina chamada "Experiências Históricas de Reforma Agrária no Mundo". Além desta, o tema compõe a matriz curricular do Curso de Licenciatura em Educação do Campo, o Curso de Especialização em Educação do Campo e do Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (MADER). "E temos um grupo coeso de professores(as) desenvolvendo vários Projetos de Pesquisa e Extensão desenvolvidos em parceria com o MST/DF e seus acampamentos e assentamentos", observa.
Clarice também acredita que, após quatro anos de governo Bolsonaro, esse novo tempo será marcado pela retomada de políticas públicas e novos desafios.
"Mesmo durante a pandemia e os anos sombrios do governo que passou, a luta pela Reforma Agrária enfrentou as questões que a história lhe colocou. O MST aprofundou suas práticas promovendo uma inédita campanha de solidariedade no país compartilhando mais de 10 mil toneladas de comida de verdade, construindo 250 cozinhas comunitárias, expandindo a rede de Armazéns do Campo e direcionando mais de 15 mil toneladas de alimentos para a merenda escolar. Esse novo tempo que se anuncia compreendemos como um tempo de retomada das políticas públicas, as destruídas e as ameaçadas de destruição, como é o caso do PAA, das compras de produtos da agricultura familiar pelo Pnae e do Pronera, principalmente, mas também o enfrentamento do analfabetismo e da baixa escolaridade ainda presentes no campo brasileiro", afirma.
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Neste novo momento do país, para Clarice dos Santos, o principal desafio que se coloca, nesta interseção entre os movimentos sociais de luta pela reforma agrária e as universidades "é o incremento no orçamento público para o financiamento de cursos em nível médio-técnico e em nível superior e pós-graduação para a formação humana e técnica necessária na produção de alimentos saudáveis, nas ciências envolvidas na comercialização e abastecimento, mas também nas áreas da saúde e da cultura. Para esses desafios, as instituições de ensino superior estão capacitadas e imbuídas de grande esperança".
Apesar dos desafios, as perspectivas para o futuro é de persistência na luta pela Reforma Agrária Popular.
"As perspectivas são de que tenhamos muito trabalho, muito a reconstruir e construir também muitas iniciativas novas, que permitam que tenhamos saltos significativos em preparação das novas gerações que terão a tarefa de levar adiante o que construímos até aqui, nestes 40 anos de luta pela reforma agrária, agora nos desafios de implementação da Reforma Agrária Popular, destaca a professora.
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Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Flávia Quirino
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